A IDADE DAS ASAS

“ Venho para a dança porque quero voar. ”
Cláudia 5 anos
1996

“ - Até as flores podem voar… - Até eu posso! ”
Mariana 10 anos
1999

“. Eu vôo quando respiro fundo.”
Maria 7 anos
2003

“ - Sim, sim, eu vejo as asas!”
Leonor 4 anos
2007

“… ainda não houve quem as visse,
mas todos sabem que elas existem…”
Rita 36 anos
2007

“ – São transparentes, e estão aqui…
nos meus pés! – Olha! ”
Bárbara 4 anos
2007

“…Um raio de luz num quarto escuro,
Uma pétala de flor a desabrochar,
Um tesouro por descobrir…”
Salomé 13 anos
2008

“…É sermos capazes de fazer as coisas mais espantosas
Que sempre sonhámos fazer…”
Cláudia 14 anos
2008

“… um eu que nem eu própria conhecia…
…não vou desistir…”
Salomé 13 anos
2008

“ E na luz e brilho se encontravam manchas, como na
escuridão pontos de luz.”

“Representava esse alfinete(…) a esperança na capacidade
de cada criança levantar “voo” no sentido de se ir tornando
mais independente e apta a crescer em inteligência,
autonomia, cultura e atenção aos demais.”

“Ter asas é ir mais além”
In, “ A Idade das Asas”
de Inês Pereira Coutinho
2008

-

o corpo habita em mim.
eu sou nele
o gesto
o instante infinito
a alma
a idade do sempre;
dissolvida entre terra e céu
caminhos meios de alma e pele.
eu sou
as asas dos braços
que não terminam vertiginosamente na ponta dos dedos.
eu sou
as asas
que vêm lá de dentro e pulsam à velocidade do meu querer
pelo meu corpo inteiro
como o ar que respiro.

Rita Assis