1 de novembro de 2009

"Pina Bausch marca todo o discurso a partir do final dos anos 1970 e nós todos somos de algum modo filhos e netos" da sua obra, referiu Rui Horta, que destaca "a extraordinária 'Sagração da Primavera" como uma das mais emblemáticas coreografias da autora alemã.

Para o bailarino, director do centro disciplinar O Espaço do Tempo, a contribuição de Pina Bausch para a dança contemporânea foi "absolutamente incalculável".

"Se hoje estamos com uma linguagem de dança emancipada, com um discurso de autor e uma teatralidade em perfeita unidade com o corpo devemos à Pina Bausch", reforçou.

Pina Bausch morreu hoje aos 68 anos, cinco dias depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro.

No domingo passado, Pina Bausch ainda esteve no palco da Ópera de Wuppertal, para um espectáculo da sua companhia de dança.

A última vez que Pina Bausch esteve em Portugal foi em meados de 2008, por ocasião de um festival com o seu nome organizado pelo Centro Cultural de Belém e Teatro Municipal São Luiz e onde dançou uma derradeira vez no espectáculo "Café Müller".

"A passagem da Pina Bausch por Lisboa foi uma coisa extraordinária de público. Tornou-se quase verdadeiramente uma coreógrafa mainstream, ou seja, toda a gente ia ver a Pina Bausch", recordou Rui Horta.